sábado, 23 de junho de 2012


ÉTICA NA COMUNICAÇÃO – Como praticá-la?

Texto: Rubem Flexa

                        Antes, de falar sobre a ética na comunicação, é imprescindível esclarecer a relação que a internet mantém com o ser humano como veiculo de comunicação, na sociedade moderna. Os meios de comunicações, sempre se fizeram presentes na sociedade de seres humanos. Aparecendo  nas mais longínquas, como na idade da pedra,  até os dias atuais.

                         O ser humano é um ser ético, por natureza. Basta despertá-lo para tal. É um ser comunicável. Adaptável e inteligente. Por isso, é possível perceber as mudanças havidas na sociedade, das mais rudimentares até as mais modernas, como da Era do Computador e da Internet. Atualmente, se torna indispensável o uso do computador nas relações comerciais e afetivas dos seres humanos. Até nas redações dos grandes jornais e nos  meios de comunicações on-line e impresso, o computador é a peça principal.

                        Hoje, na  sociedade da Era da pós-modernidade, a internet está cada vez mais próxima das relações humanas. E mais  acessível nos meios de comunicações. A ética na Comunicação, de igual modo, deve ser uma constante. O  profissional da comunicação social deve ter sempre em mente a responsabilidade dos seus atos com a informação com  a ética e com o ser humano. O ser homem pode ser ético, por natureza, quando respeita as normas que regulam a boa convivência entre si, porém, diz a Sociologia que dentro do homem há um lobo devorador querendo prejudicar o seu concorrente, o que recomenda cuidados especiais. O homem é um ser paradoxal, contraditório, o qual pode se tornar como um ser animal, sem qualquer ética ou escrúpulo, nas adversidades da vida, ou na ocasião de oportunismo, mas pode ser também um ser sensível em ocasiões especiais.

                          A descoberta da internet, como comunicação, veio revolucionar o meio social. Nos dias atuais, a informática interage muito com o homem. Alguns utilizam a internet com fins maléficos. Por não respeitarem a ética na comunicação. Não respeitarem as leis nem o individuo. Nem o cidadão. Tanto o jornalismo impresso, como a rádio e a TV, a noticia é mais espontânea e imediata, com uso da internet. Nessas áreas a ética deve está mais presente.

                          A mídia passou estar mais perto do ser humano. Mesmo nos mais longínquos rincões do mundo, a noticia está bem perto e acessível. A mídia virtual, sonora e impressa se tornou uma força indomável para muitos, por não ter uma legislação ainda apropria para corresponder na altura com a ética.

                          Deste modo, falar de ética, na comunicação, não parece ser coisa fácil. Tem-se, a principio, a idéia de que na comunicação não há regras, a serem observadas, e, portanto, não há ética. Extrapola-se todo tipo de norma em favor da informação objetiva e rápida. A imprensa não tem regras? O jornalista não tem normas para serem observadas, não tem ética? Alguém poderia ser levado a pensar assim, pela força e rapidez da informação, da noticia no jornalismo da Era do Computador, da TV HD e da internet, porém, a realidade não é assim.

                          Mesmo levando-se a idéia, criada por causa de resultados nefastos, no meio da sociedade, através do jornalismo investigativo, de que a imprensa é, hoje, o quarto poder.  Que para muitos, principalmente políticos, é como o monstro leviatã, indomável, de Thomas Hobbes, do governo central. Entretanto, não se pode deixar de pensar que o jornalismo, como qualquer outra atividade profissional, deve ter o seu próprio Código de Ética para ser observado pela classe dos profissionais da área de Comunicação Social.

                          O Código de Ética dos Jornalistas brasileiros, aprovado em Vitória/ES, pelo Congresso Extraordinário dos Jornalistas, em seu primeiro artigo aborda o direito à informação:

    Art. 1º- O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros tem como base o direito   
    fundamental do cidadão à informação, que abrange seu o direito de informar, de ser    
     informado e de ter acesso à informação.
                          
                          Segundo a lição de BARBEIRO ( 2002, pg 23) :  A ética é uma reflexão crítica sobre a moralidade um conjunto de princípios e disposições voltadas para a ação, produzidos por meios históricos, cujos objetivos é balizar as ações humanas.

                          Não  existe ética se não existir o cidadão. A  principal figura a recair os efeitos da ética, da norma, da boa conduta é o ser humano e sua relação social, com o grupo em que vive. Não há ética se não houver a necessidade do respeito à vizinhança, ao direito do próximo. Ultrapassar ao limite do meu direito é extrapolar ao direito do meu próximo. É perder a noção do justo, do ético, do direito, do correto, do ideal para uma sociedade digna e igualitária, como a que deveria ser a de seres humanos, sem ganância e sem hegemonia.

                          O  ser humano em sua individualidade, ou  no grupo social, em que vive,  sempre terá necessidade da ética, da boa conduta para bem se relacionar bem com outras pessoas. A ética é o cordão umbilical do relacionamento humano. Todos, de igual modo,  têm um pouco desse cordão.

                          Cortar o cordão ético do ser humano, que é um ser pensante, racional e sentimental, é levá-lo a se tornar em um animal irracional. É deixar o ser humano se transformar em brutalidade, em um marginal,  pessoa fora da margem da boa conduta da sociedade, da norma e da convivência saudável.

                          O jornalista, ou outro órgão de comunicação social, tem direitos e deveres como qualquer outra atividade profissional. Todavia, não lhe é imposto apenas à faculdade da transmissão da informação, pela produção da noticia. Mas sim, a responsabilidade social de divulgar a informação, concreta e precisa, de relevante interesse público, como prevê o Código de Ética da Categoria, em seu:

Art. 2º- Como o acesso à informação de relevante interesse público é um direito fundamental, o jornalista não pode admitir que ele seja impedido por nenhum tipo de interesse, razão por que: I- a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente de sua natureza jurídica – se pública, estadual ou privada – e da linha política de seus proprietários e/ou diretores. II – a produção e a divulgação da informação devem se pautar pela veracidade dos fatos e  ter por finalidade o interesse público.

                       
                           A falta de ética na comunicação leva o responsável partir para o sensacionalismo. Prática  muito frequente na imprensa, nos dias atuais.  O sensacionalismo, na comunicação, leva a pessoa a dar um trato a um fato que normalmente não teria esse tratamento, seja por meio de palavras ou imagens. Alguns veículos de comunicação exploram casos, principalmente, trágicos, usando estratégias sensacionalista para fins diversos, principalmente, para se beneficiarem, criando uma sensação tendenciosa que muitas das vezes leva a um pré-julgamento do caso concreto, influenciando o resultado final. Havendo casos que por não utilizarem os meios éticos, em respeito à fonte, extrapolam com suas informações deturpadas, tendenciosas e precipitadas, trazendo, posteriormente, desgraça a parte mais fraca, envolvida.

                          Na atualidade, se pode ver um passado, da nossa mídia, manchada pelo sensacionalismo, até veiculo de comunicação, de grande credibilidade, se  deixar levar pelas suposições deduzidas de fatos, de grande notoriedade e interesse público, e pela ganância da hegemonia nas informações, ultrapassando os limites éticos na comunicação. Não conseguem demonstrar, na comunicação, o   profissionalismo com independência e ética.

                         As informações tendenciosas deixaram o próprio Poder Judiciário refém de uma previsão já traçada pelos órgãos de comunicações. Com  uma condenação já esperada a determinado fato. A falta de ética também  repercuti negativamente pelo fato das informações levadas ao público não terem uma análise mais apurada. As fontes sempre frágeis, normalmente da policia e da vitima. Pouco se ouve a parte contrária, para se ter concretizado o respeito ao contraditório.

                          Assim, na atualidade, a ética na comunicação, apesar do grande avanço tecnológico e da internet, que possibilitam uma imprensa mais rápida e objetiva, ainda deixa muito a desejar. Isto, pela falta de  conscientização do ético no profissional da comunicação. Atualmente, muitos órgãos, da mídia, deixam de apresentar o fato desprovido de tendência sensacionalista, ultrapassando os limites da ética. Apesar disso, é de se fazer justiça aos bons profissionais e bons veículos de comunicação que pautam as suas atividades dentro da ética e do bom profissionalismo, como paladinos da imprensa escrita, falada e televisionada.

Lupa de Manaus

Blog Experimental dos alunos do 5º Período do curso de Jornalismo da Faculdade Boas Novas.

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