ÉTICA
NA COMUNICAÇÃO – Como praticá-la?
Texto: Rubem Flexa
Antes, de falar sobre a ética na comunicação, é imprescindível
esclarecer a relação que a internet mantém com o ser humano como veiculo de
comunicação, na sociedade moderna. Os meios de comunicações, sempre se fizeram
presentes na sociedade de seres humanos. Aparecendo nas mais longínquas, como na idade da pedra, até os dias atuais.
O
ser humano é um ser ético, por natureza. Basta despertá-lo para tal. É um ser comunicável.
Adaptável e inteligente. Por isso, é possível perceber as mudanças havidas na
sociedade, das mais rudimentares até as mais modernas, como da Era do
Computador e da Internet. Atualmente, se torna indispensável o uso do
computador nas relações comerciais e afetivas dos seres humanos. Até nas
redações dos grandes jornais e nos meios
de comunicações on-line e impresso, o computador é a peça principal.
Hoje,
na sociedade da Era da pós-modernidade,
a internet está cada vez mais próxima das relações humanas. E mais acessível nos meios de comunicações. A ética
na Comunicação, de igual modo, deve ser uma constante. O profissional da comunicação social deve ter
sempre em mente a responsabilidade dos seus atos com a informação com a ética e com o ser humano. O ser homem pode
ser ético, por natureza, quando respeita as normas que regulam a boa convivência
entre si, porém, diz a Sociologia que dentro do homem há um lobo devorador
querendo prejudicar o seu concorrente, o que recomenda cuidados especiais. O
homem é um ser paradoxal, contraditório, o qual pode se tornar como um ser animal,
sem qualquer ética ou escrúpulo, nas adversidades da vida, ou na ocasião de
oportunismo, mas pode ser também um ser sensível em ocasiões especiais.
A descoberta da internet, como comunicação,
veio revolucionar o meio social. Nos dias atuais, a informática interage muito
com o homem. Alguns utilizam a internet com fins maléficos. Por não respeitarem
a ética na comunicação. Não respeitarem as leis nem o individuo. Nem o cidadão.
Tanto o jornalismo impresso, como a rádio e a TV, a noticia é mais espontânea e
imediata, com uso da internet. Nessas áreas a ética deve está mais presente.
A mídia passou estar mais perto do ser humano. Mesmo nos mais longínquos
rincões do mundo, a noticia está bem perto e acessível. A mídia virtual, sonora
e impressa se tornou uma força indomável para muitos, por não ter uma
legislação ainda apropria para corresponder na altura com a ética.
Deste modo, falar de ética, na comunicação,
não parece ser coisa fácil. Tem-se, a principio, a idéia de que na comunicação
não há regras, a serem observadas, e, portanto, não há ética. Extrapola-se todo
tipo de norma em favor da informação objetiva e rápida. A imprensa não tem
regras? O jornalista não tem normas para serem observadas, não tem ética?
Alguém poderia ser levado a pensar assim, pela força e rapidez da informação,
da noticia no jornalismo da Era do Computador, da TV HD e da internet, porém, a
realidade não é assim.
Mesmo levando-se a idéia, criada por causa de resultados nefastos, no
meio da sociedade, através do jornalismo investigativo, de que a imprensa é,
hoje, o quarto poder. Que para muitos,
principalmente políticos, é como o monstro leviatã, indomável, de Thomas
Hobbes, do governo central. Entretanto, não se pode deixar de pensar que o
jornalismo, como qualquer outra atividade profissional, deve ter o seu próprio
Código de Ética para ser observado pela classe dos profissionais da área de
Comunicação Social.
O Código de Ética dos Jornalistas brasileiros,
aprovado em Vitória/ES, pelo Congresso Extraordinário dos Jornalistas, em seu
primeiro artigo aborda o direito à informação:
Art. 1º- O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros tem como base o
direito
fundamental do cidadão à informação, que abrange seu o direito de
informar, de ser
informado e de ter acesso à informação.
Segundo a lição de
BARBEIRO ( 2002, pg 23) : A ética é uma
reflexão crítica sobre a moralidade um conjunto de princípios e disposições
voltadas para a ação, produzidos por meios históricos, cujos objetivos é
balizar as ações humanas.
Não existe ética se não existir o
cidadão. A principal figura a recair os
efeitos da ética, da norma, da boa conduta é o ser humano e sua relação social,
com o grupo em que vive. Não há ética se não houver a necessidade do respeito à
vizinhança, ao direito do próximo. Ultrapassar ao limite do meu direito é
extrapolar ao direito do meu próximo. É perder a noção do justo, do ético, do
direito, do correto, do ideal para uma sociedade digna e igualitária, como a
que deveria ser a de seres humanos, sem ganância e sem hegemonia.
O ser humano em sua individualidade, ou no grupo social, em que vive, sempre terá necessidade da ética, da boa
conduta para bem se relacionar bem com outras pessoas. A ética é o cordão
umbilical do relacionamento humano. Todos, de igual modo, têm um pouco desse cordão.
Cortar o cordão ético do ser humano, que é um
ser pensante, racional e sentimental, é levá-lo a se tornar em um animal
irracional. É deixar o ser humano se transformar em brutalidade, em um
marginal, pessoa fora da margem da boa
conduta da sociedade, da norma e da convivência saudável.
O jornalista, ou outro órgão de comunicação
social, tem direitos e deveres como qualquer outra atividade profissional.
Todavia, não lhe é imposto apenas à faculdade da transmissão da informação,
pela produção da noticia. Mas sim, a responsabilidade social de divulgar a
informação, concreta e precisa, de relevante interesse público, como prevê o
Código de Ética da Categoria, em seu:
Art. 2º- Como o acesso à informação de
relevante interesse público é um direito fundamental, o jornalista não pode
admitir que ele seja impedido por nenhum tipo de interesse, razão por que: I- a
divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e
deve ser cumprida independentemente de sua natureza jurídica – se pública,
estadual ou privada – e da linha política de seus proprietários e/ou diretores.
II – a produção e a divulgação da informação devem se pautar pela veracidade
dos fatos e ter por finalidade o
interesse público.
A falta de ética na comunicação leva o
responsável partir para o sensacionalismo. Prática muito frequente na imprensa, nos dias atuais. O sensacionalismo, na comunicação, leva a
pessoa a dar um trato a um fato que normalmente não teria esse tratamento, seja
por meio de palavras ou imagens. Alguns veículos de comunicação exploram casos,
principalmente, trágicos, usando estratégias sensacionalista para fins
diversos, principalmente, para se beneficiarem, criando uma sensação
tendenciosa que muitas das vezes leva a um pré-julgamento do caso concreto,
influenciando o resultado final. Havendo casos que por não utilizarem os meios
éticos, em respeito à fonte, extrapolam com suas informações deturpadas,
tendenciosas e precipitadas, trazendo, posteriormente, desgraça a parte mais
fraca, envolvida.
Na
atualidade, se pode ver um passado, da nossa mídia, manchada pelo
sensacionalismo, até veiculo de comunicação, de grande credibilidade, se deixar levar pelas suposições deduzidas de
fatos, de grande notoriedade e interesse público, e pela ganância da hegemonia
nas informações, ultrapassando os limites éticos na comunicação. Não conseguem demonstrar,
na comunicação, o profissionalismo com independência
e ética.
As informações tendenciosas deixaram o próprio
Poder Judiciário refém de uma previsão já traçada pelos órgãos de comunicações.
Com uma condenação já esperada a
determinado fato. A falta de ética também
repercuti negativamente pelo fato das informações levadas ao público não
terem uma análise mais apurada. As fontes sempre frágeis, normalmente da
policia e da vitima. Pouco se ouve a parte contrária, para se ter concretizado o
respeito ao contraditório.
Assim, na atualidade, a ética na comunicação, apesar do grande avanço
tecnológico e da internet, que possibilitam uma imprensa mais rápida e
objetiva, ainda deixa muito a desejar. Isto, pela falta de conscientização do ético no profissional da
comunicação. Atualmente, muitos órgãos, da mídia, deixam de apresentar o fato
desprovido de tendência sensacionalista, ultrapassando os limites da ética.
Apesar disso, é de se fazer justiça aos bons profissionais e bons veículos de
comunicação que pautam as suas atividades dentro da ética e do bom
profissionalismo, como paladinos da imprensa escrita, falada e televisionada.